Alugar um imóvel é melhor do que comprar? Na maioria das vezes não, especialmente nos EUA, onde os juros para financiar a compra de um imóvel estão no seu menor nível histórico, desde 1970. Contudo, os preços cada vez mais altos dos imóveis em Orlando e região Central da Flórida passaram a ser inacessíveis para muitos, o que fez a preferência pelo aluguel aumentar. Esse fluxo de compradores deixando de comprar para alugar é mais um fator que pode contribuir para que o mercado imobiliário na Flórida venha para níveis mais equilibrados em 2022.
Preços permanecerão em alta?
Nos últimos dois anos a Flórida vivenciou uma explosão nos preços dos imóveis, principalmente no segmento de single-family homes (casas residenciais unifamiliares). Só em 2021 a valorização dos imóveis na região metropolitana de Orlando foi de 20%, entre janeiro e novembro, um recorde histórico que, provavelmente, não se repetirá em 2022. Especialistas mais conservadores projetam uma valorização na casa dos 5% para este ano. Contudo, diversos fatores contribuem para a manutenção de um mercado super aquecido.
Com os preços nas alturas, a compra de um imóvel na região central da Flórida tornou-se proibitiva para muitos. Com o inventário de casas extremamente baixo e uma demanda crescente, ficou cada vez mais difícil encontrar a casa ideal ou entrar na disputa por uma. Alguns imóveis chegam a ter 5 propostas de compra ao mesmo tempo. É a chamada “Bidding-War”, que tornou a vida dos compradores da primeira casa consideravelmente complicada. A situação torna-se ainda mais crítica quando outros players entram na disputa, como grandes grupos investidores, que são capazes de pagar à vista e com disponibilidade para fazer propostas acima dos preços de mercado.
Aumento no aluguel pressiona preços para baixo
Em qualquer mercado, quando o preço médio sobe muito e o imóvel entra em uma faixa de valor que torna-se inacessível para uma grande parcela do público, a tendência é que a opção pelo aluguel aumente.
Esta mudança no comportamento dos moradores é natural e compreensível, já que a demanda por moradia permanece existindo, porém muitos não tem condições financeiras de pagar pela nova casa. O aluguel, torna-se, desta forma, a opção mais viável.
A consequência imediata desta mudança no comportamento é a queda na demanda de compradores, pressionando os preços para baixo. Este movimento é cíclico e saudável, já que traz o mercado par níveis mais equilibrados.
A Flórida, no entanto, tem-se mostrado um caso à parte. O que está acontecendo hoje no mercado imobiliário do “Sunshine Estate” é diferente de tudo que já vimos. A pandemia desorganizou as forças de mercado de tal forma que o desequilibrio entre oferta e demanda não mostra sinais de que entrará em faixas normais tão cedo.
A procura maior por alugueis é, certamente, um fator que influencia os preços, porém outros fatores de peso permanecem. Além do baixo inventário, as construtoras enfrentam hoje enormes dificuldades para conseguirem entrar novas casas a tempo. A demanda, por outro lado, permanece alto e cada vez maior. Novos moradores de estados do nordeste dos EUA e também da California, chegam aos milhares na Flórida toda semana.
Outro fator que mantém o inventário baixo é a falta de motivação, por parte dos atuais proprietários de casas, em colocar seus imóveis à venda. Com forte expectativa de valorização e um contexto inflacionário preocupante nos EUA e no mundo, é melhor manter o imóvel do que vendê-lo.
Oportunidade par investidores
Com a expectativa de valorização, novos investidores e players entram a todo momento no mercado, em busca de ganhos de capital no mercado imobiliário da Flórida. Abaixo um gráfico que mostra a evolução do preço médio dos imóveis na região de Orlando, desde 2017. O gráfico não traz os dados de novembro, que mostram o novo recorde de US$ 330 mil.
Sobre a CAP International
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