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Todos os anos mais de 70 milhões de pessoas visitam Orlando. Este ano, obviamente, foi diferente! Com os parques fechados e as restrições impostas pela pandemia, o estado da Flórida, fortemente dependente do turismo, viu esse número despencar. Aos poucos a Flórida reabre e a economia esboça alguma reação. Contudo, o desemprego crescente na região é preocupante. Até onde vai a crise na Flórida?
O emprego em cidades como Orlando e Miami é impulsionado principalmente pelo turismo. Em Orlando, tudo gira em torno do movimento trazido pelos parques. Com o isolamento, milhares de pessoas perderam o emprego simultaneamente.
Há pouco divulgamos neste blog a situação inédita enfrentada pelo restaurante brasileiro Camila’s, tradicional em Orlando. Durante a alta temporada na cidade, o restaurante chegava a receber 2.500 clientes por dia. Imagine as consequências desastrosas para a saúde finaceira do Camila’s ao permanecer fechado por meses! Os gerentes do Camila’s não tiveram outra alternativa a não ser demitir mais de 80% de seus funcionários. Mesmo com a reabertura gradual adotada pelo estado da Flórida, que chegou a avançar para a Fase 2 de flexibilização, o movimento nos restaurantes da cidade foi tímido.
Imagine este mesmo cenário para todos os restaurantes de Orlando, bem como lojas, centros de entretenimento, parques, etc. O desemprego foi em massa!
E o desemprego impacta diretamente o mercado imobiliário!
Até a pandemia, a região Central da Flórida era um dos mercados que mais crescia nos EUA. Com a crise as vendas diminuíram, porém a cidade de Orlando e região já mostram indicadores de retomada otimistas.
Com que rapidez o mercado imobiliário de Orlando voltará ao normal?
Tudo dependerá da reabertura dos parques e dos novos indicadores de infecção. Alguns parques em Orlando já reabriram, como foi o caso do Universal Orlando e do Legolad. Os parques da Disney reabrirão no dia 11 de julho, gradualmente.
No mercado imobiliário os indicadores de maio são positivos. O preço médio dos imóveis em Orlando subiu 7% em comparação ao mesmo período do ano passado. Há diversos outros indicadores de que a economia iniciou um período de recuperação, com o setor de habitação liderando a retomada.
O segmento do mercado imobiliário que mais foi atingido foi o de Vacation Homes, já que está ligado ao turismo e a receita dos proprietários diminuiu neste período de pandemia. “As autoridades do condado de Osceola já permitiram a retomada dos alugueis”, diz Carlos Barros, consultor de investimentos internacionais. “O segmento ja esboça uma retomada”, complementa.
De fato, as casas de férias são as últimas a se recuperarem. O setor residencial já está bem aquecido, apesar da pandemia. “Como há pouca oferta (redução no inventário), quem coloca uma casa para venda hoje em Orlando vende rápido, em questão de semanas”, explica Carlos Barros. “Como o mercado de alugueis de temporada estava suspenso, as casas de férias (Vacation Homes) vão começar a retomada agora”, diz Barros.
Barros entende que, da mesma forma que a queda foi brusca e a retração foi expressiva, o repique na economia também seguira a mesma velocidade. “Claro que alguns setores foram fortemente afetados e algumas transformações vieram para ficar, mas a tendência é que tudo volte rápido e com força”, explica Barros. “Há uma demanda reprimida e sinto isso diariamente em conversa com investidores”, complementa.
Barros alerta, no entanto, para as possíveis consequências de uma segunda onda. “Acho improvável uma segunda onda que reverta o cilco de retomada, mas temos que estar atentos”, explica.
Oportunidades em Orlando
Neste período de pandemia muitos investidores estão aproveitando incentivos oferecidos pelas construtoras. A Lennar construtura, uma das maiores dos Estados Unidos e muito presente em Orlando, está oferecendo incentivos de até US$ 35 mil para quem comprar determinadas casas já prontas.
“É uma oportunidade para quem já quer ter uma casa em Orlando e começar a obter renda com aluguel”, diz Barros.
Os incentivos altos também compensam uma eventual queda do dólar, já que muitos brasileiros estão postergando a compra, na expectativa de que a taxa do dólar caia. “Trata-se de um incentivo que representa 10% a 12% do valor de uma casa”, explica Barros. “Será que o dólar vai cair 12% no futuro próximo?”, questiona. “As pessoas estão aguardando por uma incerteza, quando podem aproveitar a certeza dos incentivos hoje”, pondera Barros, que não acredita numa desvalorização da moeda americana frente ao Real no futuro próximo.